Um breve relato de hoje

Em Busca do Acolhimento: Reflexões sobre autenticidade, exaustão e a necessidade de pausas.

JP

11/29/20232 min ler

Em alguns dias, a exaustão parece se apoderar de nós. Já se perguntou se a exaustão não é o corpo suplicando por uma pausa? Em uma das meditações anteriores de minha terapia, exploramos a preguiça como um sinal para desacelerar. No entanto, a atualidade muitas vezes exige que sejamos super-heróis, equilibrando uma vida saudável, trabalho (às vezes mais de um), para custear moradia, alimentação, vestuário, entre outras necessidades. Nesse ciclo vicioso, é fácil esquecermos que somos humanos, não máquinas.

Há dias em que a vontade de se aconchegar na cama é irresistível. Sinto desejo de arrastar o cobertor até a sala, assistir a desenhos animados com um copo de leite quente e biscoitos recheados. Para mim, essa sensação é sinônimo de acolhimento. Você já se perguntou como se acolhe?

Hoje, decidi abordar esse tema devido às reflexões dos últimos dias, possivelmente influenciadas pelo final do ano, uma época que geralmente nos deixa emocionalmente exaustos. Embora tenha resolvido vários problemas emocionais e recentemente desfrutado de férias, estranhamente, me sinto esgotada. Estou me questionando sobre a origem desse cansaço.

Ao avaliar meu excesso de procrastinação nas redes sociais, assistindo a vídeos de viagens e lugares incríveis que ainda não visitei, percebo uma frustração que me leva de volta ao cotidiano, deixando a sensação de algo faltar. Como resolver essa sensação de vazio? O que significa, de fato, sentir que algo está ausente? O que estou fazendo de errado ao deixar essa ponta solta? Segundo os estudos, quando estamos em nossa verdade e autoridade, essa não deveria ser a sensação. Então, o que falta? Será que me falta coragem para assumir quem sou e soltar essa corda que, por tantos anos, segurei com tanta força? O problema é que ainda não sei o que fazer com as mãos vazias. Ainda sinto medo de soltar essa corda que, dia após dia, parece menos necessária...

Enfim, retornando ao presente, esse sentimento tem me esgotado emocionalmente. Assim, em um dia estressante de trabalho, ao chegar em casa, decidi colocar uma música de meditação nos preciosos minutos que antecediam meu treino diário.

No entanto, percebi que simplesmente não tinha forças para treinar, especialmente em um dia em que os exercícios exigiam muito do sistema cardiovascular. Sentimentos estranhos, como raiva e impaciência, surgiram, e ao sentar, uma vontade avassaladora de chorar se manifestou.

Então, decidi me acolher naquele momento e desistir do treino. Chovia bastante, e a caminho de casa, me questionei: quando foi a última vez que me permiti tomar um banho de chuva, sem medo de raios ou de ficar molhada?

Estacionei o carro e me entreguei à chuva antes de entrar em casa. Cada gota d'água que caía sobre meu corpo provocava um turbilhão de emoções. Chorei, ri, fechei os olhos e agradeci.

Concluo este texto com uma reflexão: às vezes, estamos tão automatizados, acreditando que esse é o caminho para a felicidade, que, por um breve momento, ao permitir-se sentir a chuva, a felicidade nos alcança e preenche o coração.

Se acolha. O que te faz sentir como uma criança sem preocupações? Para mim, hoje, foi um banho de chuva e um desenho animado...